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A Agilidade Está Morrendo? Sim!

Em um mundo acelerado, a "agilidade" emergiu como o mantra corporativo.

Mas, enquanto nos apegamos em terminologias e métodos ágeis, precisamos nos perguntar: estamos imergindo profundamente na essência da agilidade ou apenas flutuando em sua superfície?


A agilidade, com sua promessa de responder às mudanças do mercado, encontra-se em um beco sem saída. Este artigo tende a ser uma provocação; para nos fazer questionar se a agilidade, como a conhecemos, está se aproximando de seu fim ou se estamos simplesmente interpretando ela de forma errada.



Sim, por que a agilidade está morrendo.

Diariamente, estou em conversas com líderes, profissionais e empresas de diversos setores. A cada semana, tenho insights de pelo menos duas novas empresas que possuem times digitais (squads). O que destaco é uma tendência alarmante: muitas empresas estão abandonando a agilidade.

Já testemunhei, com surpresa, executivos apostando no aumento da produtividade através da retirada da agilidade.


Não é que a agilidade seja intrinsecamente falha; é a maneira como ela é aplicada atualmente que está causando discórdia. Frases vazias com palavras ágeis, mas sem significado real, estão ficando frequentes. Pessoas do time de agilidade sendo "papagaios ágeis", apenas repetindo algo sobre o método. Não podemos esperar mudanças reais quando temos pessoas simplesmente falando jargões como: "Com 30% de certeza, o time entregará em 84 dias".


Em um ambiente de negócios cada vez mais tenso e financeiramente restrito, práticas vazias estão sendo rapidamente descartadas, e a agilidade está, infelizmente, na linha de frente dessa redução.


Não é difícil encontrarmos:


  • Foco no Fazer Ágil, Não no Ser Ágil: Muitos agilistas estão mais preocupados com a metodologia em si. Sabem identificar falhas no fluxo e interpretar métricas, mas falham em formular hipóteses para otimizar a eficiência dos times. A cultura digital parece distante; marcar reuniões tornou-se sua principal função.

  • Debate Superficial: A discussão tem girado em torno de qual método é "melhor" (Scrum ou Kanban) ao invés de buscar a verdadeira maestria em agilidade.

  • Desconexão com o Produto: Há indivíduos, mesmo dentro das áreas de tecnologia e agilidade, que possuem gaps no entendimento do produto. Parecem esquecer que, no final, tudo se resume ao produto e aos resultados do negócio.

  • Desalinhamento Estratégico: Muitos times estão operando desconectados da estratégia da empresa.

  • Falta de Transparência e Governança: Executivos se encontram em um limbo, sem clareza sobre a produtividade real de seus times.


Com isso surge a pergunta: vale a pena investir nessas squads?

A questão de como tornar os times mais produtivos parece não ter uma resposta clara para muitos.


Mas como chegamos a esse cenário? Qual a origem?

Rastreando as origens desta crise, minha hipótese é que houve um crescimento acelerado e tumultuado da agilidade na última década. Empresas tradicionais, em uma pressa de modernização, embarcaram no trem ágil sem entender verdadeiramente sua jornada. Alguns líderes corporativos, obcecados por bônus, negligenciaram a qualidade e maturidade dos processos ágeis, sendo o mais importante o número de squads.


Muitas empresas lucraram com essa confusão, vendendo cursos que apenas arranhavam a superfície da agilidade. Tenho a honra de ser trainer da Scrum.org e, trabalhar ao lado de visionários como Ken Schwaber, onde percebi o abismo entre a verdadeira agilidade e sua versão mecânica comercializada massivamente.


Com a ascensão desenfreada da agilidade, vimos a inundação de métodos e posições, muitas vezes com pouco entendimento de sua essência. O resultado foi previsível: debates superficiais sobre métodos, profissionais desconectados do verdadeiro propósito e times operando no escuro sem estratégias claras.


Na minha visão, sempre que um conceito ganha destaque e se populariza rapidamente, há um risco grande da sua essência se perder. Nessa corrida para adotar a nova tendência, muitos acabam optando por uma versão diluída ou simplificada do conceito original. Para mim, essa é uma das principais razões para o cenário atual, com áreas de agilidade sendo reduzidas ou até mesmo eliminadas.



Então a agilidade não tem valor? SIM, tem muito valor!

Desmistificando a noção popular, a agilidade não é sobre rituais e terminologias; é sobre impacto e adaptação. Pra mim, o Ser Ágil é mais importante do que o Fazer Ágil. Ter a habilidade de se adaptar e gerar valor é mais importante do que o método que é usado.

Pra mim, ser ágil é:


Capacidade da empresa (e do negócio) de se adaptar para atingir seus objetivos de forma eficiente e com alta entrega de valor.

A agilidade real é uma força em um mundo digital: é sobre entrega contínua de valor, rápida adaptação às mudanças, eficiência operacional, e atingir objetivos de maneira constante. E equipes verdadeiramente ágeis não estão presas a rituais; elas estão comprometidas com o sucesso do produto, prontas para aprender, adaptar e inovar.

Emergindo "times digitais de alta performance"

Contrariando a maré, alguns times destacam-se ao manter a verdadeira essência ágil, recebendo mais investimentos como resultado. Batizei esses times de "times digitais de alta performance" e são diferenciados por:


  • Conexão da estratégia com a operação: Ligam a estratégia corporativa à operação diária, garantindo a relevância do trabalho realizado.

  • Time de agilidade "skin in the game": O time de agilidade compreende profundamente o negócio, alinha-se com pares de tecnologia e de produtos e atua como uma unidade coesa. Se preocupam mais com o soft do que com o hard skill.

  • Medição e melhoria: Com dados constantes, avaliam e otimizam seu desempenho de forma recorrente.

  • Transparência executiva: Executivos possuem visão clara das ações, custos e valor gerado, facilitando a colaboração. Conseguem responder: quanto, quando e como o dinheiro está sendo investido.

  • Cultura digital: Mais do que usar ferramentas, esses times vivenciam a mentalidade digital em todas as ações.


O sucesso destes times ressalta que a agilidade, quando bem aplicada, é uma força poderosa e que o foco deve ser "ser ágil", não apenas "fazer ágil".

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Conclusão

A versão mecânica e superficial da agilidade está perdendo terreno, pois as empresas estão despertando para a necessidade real de ter times que "mexam no ponteio da cia". Para realmente crescer nesta cenário, precisamos nos reconectar com a essência da agilidade e rejeitar suas imitações simplistas.

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