É sobre estar alinhado à estratégia e gerar resultados!
Ser ágil tem sido confundido com ser digital. Muitas organizações se prendem ao Scrum, Kanban e outras metodologias ágeis acreditando que, por si só, isso os torna "digitais". Mas o que realmente observamos no dia a dia?
Desalinhamento entre tecnologia e negócio.
Falta de compreensão do real valor do negócio.
Superficialidade em temas cruciais.
Executivos em dúvida sobre a relevância do que os times estão desenvolvendo.
Falta de governança e visão estratégica.
Comunicação falha.
Pouca monitoria e acompanhamento das entregas.
Colaboração ineficaz e agilistas isolados.
... e a lista continua.
Esses descompassos geram impactos significativos:
Produtividade comprometida pelo desalinhamento entre estratégia e execução.
Mudanças frequentes de prioridades.
Cultura organizacional voltada à busca de culpados, gerando pressão desnecessária e problemas nas entregas. Tudo isso culmina em uma perda de vantagem competitiva.
Do ponto de vista das lideranças, os impactos são:
Sobrecarga.
Falta de coesão nas equipes.
Dificuldade em manter a entrega constante e de qualidade.
Com uma trajetória de 15 anos trabalhando com times digitais, presenciei altos e baixos. Trabalho sempre buscando entender novos segredos por trás dos times digitais de alta performance, buscando insights profundos sobre seus erros e acertos.
O que são times digitais de alta performance?
Um time digital de alta performance combina habilidades técnicas e cross áreas para criar produtos diferenciados e impulsionar resultados consistentes nos negócios. Além da expertise técnica, esses times se destacam por sua comunicação eficaz, colaboração interdisciplinar e adaptabilidade. Movidos por um incômodo pró-ativo, eles estão constantemente buscando otimização e superação.
Um time digital de alta performance não se limita a ser tecnicamente capacitado; vai além. Eles são comunicativos, colaborativos e adaptáveis, sempre buscando se superar. São inquietos, orientados por dados e com um foco intenso no cliente.
Para realmente entender a maturidade e performance digital, é vital olhar sob estas seis lentes:
1. Mindset Digital:
Cultura Digital: Valores e normas que refletem o cenário digital, como inconformismo pró-ativo, orientação a dados e colaboração entre equipes.
Orientação para o Cliente: Foco intenso na experiência do usuário, otimizando produtos e serviços com base no feedback dos clientes.
Mentalidade Exponencial de Crescimento: Visão além do linear, buscando soluções e crescimento que possam escalar de forma acelerada, aproveitando oportunidades de aprendizado contínuo e adaptabilidade.
2. Processos Ágeis Efetivos:
Práticas bem-definidas: Adoção e adaptação clara de frameworks ágeis (Scrum, Kanban, XP etc.), adequadas ao contexto do time e da organização, feitas em um playbook, disseminando para todos envolvidos.
Inspeção e Adaptação: Realização frequente de cerimônias de retrospectiva e revisão para identificar melhorias contínuas.
Fluxo de trabalho otimizado: Uso de ferramentas e práticas para visualizar, medir e melhorar o fluxo de trabalho, minimizando desperdícios e maximizando valor.
3. Produtos e Interação com Negócios:
Alinhamento com stakeholders: Comunicação eficaz e regular com partes interessadas para alinhar objetivos e expectativas.
Entrega de valor: Impacto tangível dos produtos ou soluções na satisfação do cliente ou nos objetivos de negócios.
Integração cross-funcional: Colaboração com outras áreas (vendas, marketing, suporte) para criar produtos mais completos e bem informados.
4. Governança e Métricas:
Definição de KPIs: Estabelecimento de indicadores claros para medir performance e progresso.
Conexão entre a Estratégia e a Operação: Garantia de que a estratégia global da organização esteja firmemente conectada às atividades diárias e operacionais da equipe.
Gestão em Escala: Capacidade de gerir o crescimento, mantendo a eficiência e a eficácia, adaptando-se conforme o time ou a organização cresce.
5. Liderança e Colaboração:
Visão com Propósito: Capacidade dos líderes de comunicar uma visão clara, inspiradora e carregada de propósito.
Empoderamento: Grau em que os líderes confiam e delegam responsabilidades à equipe.
Ambiente colaborativo: Fomento de um ambiente onde o conhecimento é compartilhado e a colaboração é incentivada.
6. Tecnologia e Inovação:
Ferramentas e plataformas: A relevância e atualização das tecnologias usadas pelo time.
Mentalidade de inovação: Incentivo à experimentação e aceitação do risco associado à inovação.
Adoção de tendências: Atualização e adoção de novas tecnologias ou práticas que possam dar vantagem competitiva.
Olhando para gigantes como Nubank, Netflix e TikTok, percebemos que essas equipes altamente performáticas têm várias coisas em comum: entregam consistentemente, mantêm seus membros engajados, produzem com alta qualidade e mantêm uma baixa rotatividade.
Conclusão
Ser verdadeiramente digital e ágil vai além de adotar ferramentas e práticas. É sobre a cultura, as pessoas, a estratégia e, acima de tudo, o compromisso de entregar valor. É um desafio - mas com a abordagem certa o desafio pode ser superado com sucesso.
Sobre o autor: Antonio Costa é fundador da Ser Mais Digital. Trabalha com Ágil e Digital há mais de 15 anos no mercado brasileiro e mundial.
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